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23 junho, 2010

Alimentação para manutenção da saúde




O processo de industrialização de nossa sociedade, levando ao estímulo massacrante ao consumo para escoar a produção e privilegiando os produtos manufaturados, artificialmente produzidos, sobre os naturais, para melhorar os balanços financeiros das empresas, arrastou a Medicina consigo, incorporando os mesmos princípios na lide diária de preservar a saúde e tratar os doentes. Com isso, está sendo incutido em nossas mentes, pela cultura predominante, um falso sentimento de segurança que advém da alta tecnologia utilizada pela Medicina. Exames sofisticados, intervenções cirúrgicas em ambientes de alta tecnologia e medicamentos sintéticos produzidos dentro dos mais modernos processos bioquímicos podem garantir diagnósticos precoces e tratamentos eficazes. Mas, apesar de todo esse desenvolvimento propalado com tanto ufanismo, a realidade é que nossos principais “matadores”, as doenças cardiovasculares e o câncer têm crescido assustadoramente. O infarto agudo do miocárdio, uma das maiores causas de morte no mundo, por exemplo, mata 30% daqueles que sofrem um ataque dessa doença no mesmo local no qual ocorre, antes que a pessoa sequer tenha condições de ser socorrida, de nada resolvendo equipamentos que custam milhões de dólares instalados em hospitais, para salvar-lhes a vida. Outra elevada porcentagem morre ou sofre seqüelas graves do mesmo problema ainda dentro do Hospital, por mais complexa que seja a tecnologia utilizada. Os países que concentram riquezas passaram a gastar bilhões de dólares anualmente para manter esse sistema tecnológico de assistência médica o que torna seu acesso impossível universalmente, em países como o Brasil.

Nesse panorama, elevado custo focado na tecnologia x doença e frustração na incidência de doenças que causam morte e incapacitação, a OMS (Organização Mundial da Saúde) tem previsto para o final dessa década, no Brasil, uma epidemia daquilo que foi denominado síndrome metabólica (hipertensão arterial, colesterol elevado, diabete mellitus e obesidade) com conseqüências graves no aumento das doenças cardiovasculares e morte. Essa síndrome é essencialmente causada pelo estilo de vida – dieta inadequada, sedentarismo, atitude mental negativa (raiva, ansiedade, competitividade excessiva, egoísmo, depressão...).

Os valores opostos a isso, alimentação saudável, exercícios físicos e estado mental positivo sempre foram defendidos e promovidos pelos ensinamentos do Yoga como fatores fundamentais da harmonia interna e externa e menosprezados por boa parte da sociedade fortemente influenciada pelo “aculturamento” da propaganda enganosa que diz que você pode comer qualquer coisa e tomar aquele “remedinho” milagroso que vai resolver todos os seus problemas ou, não é necessário trabalhar sobre sua natureza psicológica e espiritual, seus desejos não satisfeitos ou a busca desenfreada de satisfaze-los, basta tomar aquele antidepressivo de “última geração” e você será feliz. Implícito na expressão “última geração” está o conceito comercial de substituir periodicamente uma droga por outra nova para manter a esperança das pessoas e aumentar o faturamento das empresas. De passagem é importante dizer que não há oposição ao uso desses medicamentos, necessários em certas circunstâncias.

Por Dr. José Ruguê Ribeiro Junior

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