Desde a semana passada, a ciência médica acrescentou à lista de produtos capazes de provocar dependência algo assustadoramente próximo de nós: a comida gordurosa. Um estudo publicado na revista Nature Neuroscience sugere que o consumo de alimentos ricos em gordura leva ao desenvolvimento de um tipo de dependência parecida com a que afeta os viciados em cocaína ou heroína. O cérebro, assim como nos dependentes químicos, apresenta uma queda acentuada nos níveis de substâncias responsáveis pelas sensações de prazer, conhecidas como receptores de dopamina. Com menos receptores, o organismo precisa de quantidade de gordura cada vez maiores para que o cérebro registre satisfação. É o mesmo mecanismo cerebral do vício humano em drogas.
Veja:
1 - A área tegmentar ventral recebe dos sentidos informações sobre o que está acontecendo com o corpo.
2- Se os neurônios da área tegmentar detectam que o comportamento atual produziu algum efeito interessante, despenjam dopamina - um neurotransmisor estimulante - sobre os neurônios do núcleo acumbente.
3- Como efeito da dopamina, os neurônios do núcleo acumbente ficam mais ativos eletricamente.
4- Ao ficar mais ativo, o núcleo acumbente estimula o córtex pré-frontal e outras áreas vizinhas. Isso influencia o comportamento, gerando o desejo pela repetição do que causou o prazer.
O vício x o cérebro
"A ativação do sistema depende do número de receptores de dopamina no núcleo acumbente. Nas crianças, eles são mais numerosos, por isso elas se divertem com qualquer coisa. Quanto mais receptores, amis prazer.
As drogas recreacionais como a cocaína aumentam a quantidade de dopamina. Mas, se ela está em excesso, o sistema se proteje, reduzindo o número de receptores.
Isso torna o sistema menos sensível. A mesma quantidade de droga (ou comida) já não dá o mesmo prazer. É preciso consumir cada vez mais. Se a redução nos receptores persiste, o vício se instala." Fonte: O cérebro em Transformação, de Suzana Herculano-Houzel
Ou seja, o que os cientistas descobriram, uma mãe já suspeitava. É difícil convencer o menino a comer outra coisa. Ela diz: “Cachorro quente tem poder, sim”.
Confira nas próximas postagens dicas e conselhos de especialistas em alimentação saudável.
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